18/07/07

Bota Gessada (com estribo para descarga do calcâneo)





Na consulta de quinta feira, o Dr. Serpa Oliva envia à sala de gessos uma doente em maca, para bota em sintético com estribo para descarga do calcâneo, com sequela de traumatismo craneano, quis saber melhor o porquê desta indicação, não tinha fractura do calcâneo, mas tinha uma fractura dos ossos da perna sem sinais de consolidação óssea, pretendia-se iniciar o levante e tentativa de marcha .
Depois de executar uma "bota de sarmiento", neste caso bem almofadada e moldada, aplica-se o estribo para descarga do calcâneo com apoio ao nível dos côndilos da tíbia e tal como na foto com apoio do pé na mola, porque em caso de fractura do calcâneo, era libertada a articulação tíbio tarsica, permitindo movimento de flexão e extensão dorsal do pé, com carga parcial.

10/07/07

A tala de Zimmer
Hoje foi-me pedido para reajustar uma tala de zimmer, por fractura de um dos metacarpos.
Ao retirar as ligaduras encontrei uma necrose superficial da pele da articulação da segunda falange do dedo indicador por provável pressão na curvatura provocada na tala de zimmer.
Depois de desinfectada e protegida com penso, vamos moldar uma nova tala de zimmer de 1/2 polegada no dedo da mão contralateral. Depois readaptá-la á mão lesada e após fixar com adesivo e com uma ligadura de 5cc fazer o encerramento final.
Esta imobilização, salvo indicação contrária é para três semanas.

02/07/07

Gesso de Contacto

Ultimamente, tem-me sido enviado pela Podologia da Consulta de Endocrinologia, alguns doentes diabéticos e com feridas plantares do pé pela pressão.
O que se pretende com este gesso de contacto, é uma bota gessada a que eu chamarei de não contacto, porque o que se pretende é que o apoio seja na base do pé, excluindo a zona da ferida, onde se faz uma janela para o penso.
Na literatura encontramos apenas gesso para pé diabético.
Construímos não mais que uma bota gessada desde a região poplítea e tuberosidade anterior da tíbia permitindo a completa flexão do joelho até a raiz dos dedos do pé pela face plantar e raiz dos dedos na face anterior.
Começando por colocar uma compressa dobrada na região da ferida plantar, onde vai ser aberta e retirada a janela para o penso com vaselina salicilada a 2%.
Após colocar a malha de jersey de 8cc desde os dedos do pé ao joelho, de forma a permitir o debruado (voltar a malha sobre o gesso), coloca-se de seguida duas ligaduras de algodão de 15cc, deve ser-se muito generoso na colocação do algodão com especial cuidado na crista da tíbia, maléolos, calcanhar, não podemos correr riscos num diabético e provocar feridas, mas sim pela distribuição do peso no pé, não fazendo carga na zona de ferida plantar, esta cicatrize e se resolva a ferida perfurante, muitas vezes no domicílio só com vaselina salicilada a 2% ou penso com betadine diário.



A aplicação de duas ligaduras sintéticas de 10 pode iniciar-se da raiz dos dedos do pé e em circulares passando a última circular por cima de dois terços da anterior, com uma tala plantar, faz-se o debruado da malha de jersey e acaba-se o gesso.
Após o gesso secar, 4 a 5 minutos abre-se a janela na região previamente demarcada e onde deixamos a compressa, e vamos colocar dois tacões de marcha acima e abaixo da janela de forma a não permitir o apoio da ferida plantar com o chão. Encerra-se o penso conforme prescrito e aconselha-se a vigilância apertada que ao mínimo sinal, deve vir ter connosco ao serviço e a esta sala de gessos para resolver ou substituir o gesso.