Este doente em presença de um fixador externo do membro superior por esfacelo do cotovelo e fractura distal do úmero, imobilizado com o fixador externo para pensos reparou o esfacelo com uma cicatrização aceitável que hoje retirei para colocação de um gesso braquiantebraquial, por indicação do Dr. Garruço, conforme as fotos acima, sem a fixação externa e com a imobilização braquiantebraquial que seguidamente descrevo:
Braquiantebraquial
Não é mais que um gesso que imobiliza no membro superior o cotovelo, desde o punho ao ombro.
Pretendo que tenha boa mobilidade do punho e do ombro, seja bem alto no braço, libertando a axila e dê repouso ao cotovelo , não permitindo os movimentos de prono-supinação, sendo para isso bem conformado na região interóssea rádio-cubital e braço.
Material necessário:
- Malha de gersey Stulpa 6cc - 1 metro;
- Três ligaduras de algodão prensado Rolta soft 10cm;
- Duas ligaduras de Rhena cast 7,5 ou similar.
- Par de luvas
- Bacia com agua morna
Com o doente sentado e com o membro superior em posição neutra (o polegar para cima) e cotovelo a 90º, levanto o membro superior ao nível do ombro, segurando o doente com a mão contrária a mão do membro a imobilizar. Se necessário ter o doente deitado, este segura os dedos com a mão contrária e o polegar fica apontado ao peito, com o cotovelo flectido a 90º e ombro elevado a 90º.
Depois de proteger todas as soluções de continuidade existentes, coloco a malha de gersey ao longo do membro superior, previamente enrolada.
Seguidamente coloco o algodão prensado desde o punho ao ombro, sendo bem generoso nos condilos e onde termina o gesso no punho e região proximal do braço.
Com umas luvas de protecção, depois de hidratar em água morna a mais ou menos 20º, a ligadura de resina sintética, inicio com uma circular desde o punho, colocando a circular seguinte sobre dois terços da anterior. No cotovelo faço uma passagem sobre os condilos de forma a evitar o garrote na flexura;passo a ligadura do antebraço para o braço por cima do côndilo externo e volto pelo côndilo interno ao mesmo local. Reinicio a circular pelo cotovelo até á região proximal do braço, permitindo uma boa adaptação do braço ao tronco sem magoar a axila. Faço os rebordos debroados do gesso (voltear a malha de gersey sobre o algodão e o gesso) para não permitir o contacto do gesso com a pele.
Durante o tempo a berto de secagem de 3 a 5 minutos, é muito importante a conformação interóssea ao nível rádio cubital para reduzir a possibilidade de movimentos de prono supinação e a conformação com as regiões tenares ao nível das faces externa e interna do braço criando uma ligeira depressão no gesso e adaptando-o aos contornos anatómicos do doente.
Fica suspenso em ligadura ao pescoço ou em ortotese comercial (suporte do antebraço) e aconselho a mobilidade frequente do punho e dedos bem como o ombro para evitar e reduzir edemas da mão e processos inflamatórios e de congelação do ombro por imobilidade.