23/11/07

calção gessado

calção gessado unilateral


na mesa de tracção





Programei para hoje substituir um calção gessado que tinha efectuado há dois meses, a um doente, e por se encontrar justo, pelo trabalho muscular que tem feito, ganhou massa muscular na coxa.

Material necessário:
- Malha de gersey Stulpa* 30cc - 1/2 metro

- Malha de gersey Stulpa* 10cc - 1/2 metro

- 06 ligaduras de algodão prensado 20cc

- 06 ligaduras de algodão prensado 15 cc

- 06 ligaduras de Rhena Cast* 12,5
- 04 ligaduras de Rhena Cast* 10

- 1/2 metro de Feltro adesivado 0,5 cc

- 1 par de luvas

- uma bacia com agua morna a 20º



Iniciei por posicionar o doente na mesa de tracção ortopedica, retirei o aparelho gessado anterior e após uma boa higiene, coloquei a malha de gersey de 30 cc na bacia, com um rolo de uma ligadura de algodão de 20cc no abdomen que após a confecção retirei ficando um espaço livre para a dilatação pós pandreal. E coloquei a malha de gersey Stulpa* de 10cc desde a raiz da coxa ao longo do fémur e até abaixo do joelho.


Com o doente bem colocado na mesa de tracção, com os membros inferiores traccionados, e criando uma levitação do doente com o abaixamento de parte da mesa de tracção dei continuidade á execução do gesso.


Colei um pedaço de feltro ao longo do fémur na malha de gersey do fémur, zona de grande pressão do gesso, e na região dorsal tambem colei na malha de gersey.


Com as ligaduras de algodão fazendo circulares na região dorsal e pelvica cruzando para o fémur, e voltando novamente a região dorsal, ficou bem almofadado.


Tambem as ligaduras de Rhena Cast* foram da mesma forma aplicadas, retirando-as da protecção de aluminio, com luvas de protecção calçadas foram hidratadas a 20º .


Foi importante colocar uma tala de Rhena Cast* na face externa da coxa para dar maior resistência ao calção evitando a sua mobilidade e dando resistência onde é necessário.


Com os debroados da malha sobre o gesso terminei com uma ligadura vermelha.


Testei as mobilidades da anca contralateral,após a libertação da mesa e levante, testei o semisentar em cadeira alta.


Aguardo as criticas e sugestões

23/10/07

Minerva



colocação do algodão prensado




Ontem tive que construir uma imobilização gessada da cervical ao Sr. João, que na passada semana lhe fora estabilizada uma fractura cervical com cerclage, e para repouso da cirurgia foi-lhe prescrito uma imobilização gessada “Minerva”.

Estes doentes devem iniciar o plano inclinado dois a três dias antes, bem como a tricotomia do couro cabeludo para uma boa adaptação da imobilização ao craneo e deve manter-se sentado durante a execução da imobilização.

Conforme vemos nas fotos, iniciamos a preparação, vestindo uma malha de gersey de 30cc, com dois cortes laterais coincidindo com as entradas dos membros superiores, esta malha vai desde o umbigo até ao topo da cabeça.
Coloca-se um cabresto, que eu preferi com uma ligadura de 20cc, fazer um corte longitudinal, mais ou menos a meio da ligadura com 2 metros, e fiz passar pela cabeça no sentido frente-trás até ao pescoço e rodar para apoiar no mento pela frente e atrás da orelha por trás. Depois de traccionado retirei o colar de filadélfia e fiz o penso da sutura cirúrgica.
Colocada a malha para a cabeça fiz um corte na zona da face libertando os olhos, nariz e boca,
Iniciei a colocação de algodão prensado, e de seguida a passagem das ligaduras de resina sintética “Rhena Cast”, cobrindo todo o tórax, nos ombros deixando amplos movimentos dos braços. Com uma tala fiz o reforço ao nível da nuca desde a cabeça até ao meio das costas e duas a três circulares no frontal, passando por trás das orelhas e envolvendo o mento.
Fiz um corte com cerca de 3ccx2cc ao nível do pescoço para acesso à traqueia em SOS.
Finalmente fazem-se todos os acabamentos de forma a ficar sem zonas contundentes para a pele. Orelhas livres de contacto com o gesso e testa-se a mobilidade da mandíbula.







preparação com malha 30cc e tracção com cabresto

25/09/07

“gessos funcionais”



É o Enfermeiro Paulo Homem que a partir de Fevereiro de 1980, executa os gessos funcionais, deixando escola até aos nossos dias.











gessos funcionais


Foi Sarmiento que em 1967, iniciou o método ortopédico-funcional, baseado nos encaixes do tipo:
- P.T.B. ( patelar tendon bearing)
- Q.T.B. ( quadrilateral thigh bearing )
- munster (encaixe olecraniano e aletas condilianas)
- braquial funcional articulado (articulado do cotovelo)
- pelvicruropodálico articulado
- tala em “U”, braçal funcional, minibrace,
- bota de sarmiento (bota com apoio PTB e tacão de marcha)

“Gessos Funcionais”

…método eficaz na resolução da maioria das fracturas, especialmente da tíbia e do úmero…
Prof. Doutor Norberto Canha

Sempre que não se consegue um alinhamento aceitável dos segmentos, o método deve ser abandonado e substituído por outro…
Prof. Doutor Adrião Proença

vantagens

fisiológico - evita a intervenção cirúrgica
- permite a função do membro
- impede a rigidez articular e atrofia muscular
cómodo – qualidade de vida ( psicológica, higiénica e social)
económico – menor taxa de internamento
rápido – consolidação em curto espaço de tempo

inconvenientes
Não se aplica a todos os doentes em todas as circunstâncias.
Em fracturas intrarticulares, # do rádio com lesão da articulação rádio cubital; # da metade superior do fémur.
Em doentes que não colaborem.
Em doentes com alterações sensitivas (neuropatia diabética)

P.T.B.(patelar tendon bearing)
Técnica de tratamento ortopédico funcional de fracturas da diáfise tibial.
- na primeira fase é reduzida a fractura e imobilizada com um cruropedioso.

Decorridos aproximadamente duas semanas, podemos substituir o cruropedioso por uma bota com apoio PTB e tacão de marcha ( bota de sarmiento)


Decorridos três a seis semanas, colocar o gesso funcional (PTB): (ver foto )
Com a perna pendente, colocar uma camada de jersey, englobando o pé, a tibiotársica, o joelho e o terço distal da coxa.
Por cima desta camada de jersey vamos aplicar uma ligadura de tensoplast ou pé elástico, englobando o pé até duas polegadas acima dos maléolos. A finalidade desta ligadura é a de evitar o edema distal.
Seguidamente, colocar outra camada de jersey com a extensão da primeira e almofada-se com algodão o joelho e a tibiotarsica. A finalidade da camada de algodão é a de facilitar o recorte do gesso na fase final dos acabamentos.

Engessar a perna até ao joelho e realizam-se os três pontos de apoio, se necessário.

Modelar a membrana interóssea, a região poplitea e o côndilo interno da tíbia.
Colocar o membro em extensão, engessar o joelho e o terço distal da coxa.
Conformar o tendão rotuliano e a região supracondiliana
Posteriormente recortar o gesso, distalmente, de forma a permitir completa liberdade de movimentos da tibiotarsica e proximalmente, de forma a permitir uma flexão do joelho de 90º.
Finalmente aplicar o pé plástico, posicionando o pé em valgo e guardando a distância de um dedo entre o calcanhar e o contraforte do pé plástico.
Desta forma evitar que as hastes partam facilmente.

Confirmar as mobilidades permitidas e assegurar que os bordos não magoam o doente.

Ensinar o doente como limpar o pé plástico e aplicar uma palmilha de cortiça entre o pé plástico e o pé.




20/08/07

Braquiantebraquial







Este doente em presença de um fixador externo do membro superior por esfacelo do cotovelo e fractura distal do úmero, imobilizado com o fixador externo para pensos reparou o esfacelo com uma cicatrização aceitável que hoje retirei para colocação de um gesso braquiantebraquial, por indicação do Dr. Garruço, conforme as fotos acima, sem a fixação externa e com a imobilização braquiantebraquial que seguidamente descrevo:


Braquiantebraquial

Não é mais que um gesso que imobiliza no membro superior o cotovelo, desde o punho ao ombro.
Pretendo que tenha boa mobilidade do punho e do ombro, seja bem alto no braço, libertando a axila e dê repouso ao cotovelo , não permitindo os movimentos de prono-supinação, sendo para isso bem conformado na região interóssea rádio-cubital e braço.

Material necessário:
- Malha de gersey Stulpa 6cc - 1 metro;
- Três ligaduras de algodão prensado Rolta soft 10cm;
- Duas ligaduras de Rhena cast 7,5 ou similar.
- Par de luvas
- Bacia com agua morna

Com o doente sentado e com o membro superior em posição neutra (o polegar para cima) e cotovelo a 90º, levanto o membro superior ao nível do ombro, segurando o doente com a mão contrária a mão do membro a imobilizar. Se necessário ter o doente deitado, este segura os dedos com a mão contrária e o polegar fica apontado ao peito, com o cotovelo flectido a 90º e ombro elevado a 90º.
Depois de proteger todas as soluções de continuidade existentes, coloco a malha de gersey ao longo do membro superior, previamente enrolada.
Seguidamente coloco o algodão prensado desde o punho ao ombro, sendo bem generoso nos condilos e onde termina o gesso no punho e região proximal do braço.
Com umas luvas de protecção, depois de hidratar em água morna a mais ou menos 20º, a ligadura de resina sintética, inicio com uma circular desde o punho, colocando a circular seguinte sobre dois terços da anterior. No cotovelo faço uma passagem sobre os condilos de forma a evitar o garrote na flexura;passo a ligadura do antebraço para o braço por cima do côndilo externo e volto pelo côndilo interno ao mesmo local. Reinicio a circular pelo cotovelo até á região proximal do braço, permitindo uma boa adaptação do braço ao tronco sem magoar a axila. Faço os rebordos debroados do gesso (voltear a malha de gersey sobre o algodão e o gesso) para não permitir o contacto do gesso com a pele.
Durante o tempo a berto de secagem de 3 a 5 minutos, é muito importante a conformação interóssea ao nível rádio cubital para reduzir a possibilidade de movimentos de prono supinação e a conformação com as regiões tenares ao nível das faces externa e interna do braço criando uma ligeira depressão no gesso e adaptando-o aos contornos anatómicos do doente.
Fica suspenso em ligadura ao pescoço ou em ortotese comercial (suporte do antebraço) e aconselho a mobilidade frequente do punho e dedos bem como o ombro para evitar e reduzir edemas da mão e processos inflamatórios e de congelação do ombro por imobilidade.

18/07/07

Bota Gessada (com estribo para descarga do calcâneo)





Na consulta de quinta feira, o Dr. Serpa Oliva envia à sala de gessos uma doente em maca, para bota em sintético com estribo para descarga do calcâneo, com sequela de traumatismo craneano, quis saber melhor o porquê desta indicação, não tinha fractura do calcâneo, mas tinha uma fractura dos ossos da perna sem sinais de consolidação óssea, pretendia-se iniciar o levante e tentativa de marcha .
Depois de executar uma "bota de sarmiento", neste caso bem almofadada e moldada, aplica-se o estribo para descarga do calcâneo com apoio ao nível dos côndilos da tíbia e tal como na foto com apoio do pé na mola, porque em caso de fractura do calcâneo, era libertada a articulação tíbio tarsica, permitindo movimento de flexão e extensão dorsal do pé, com carga parcial.

10/07/07

A tala de Zimmer
Hoje foi-me pedido para reajustar uma tala de zimmer, por fractura de um dos metacarpos.
Ao retirar as ligaduras encontrei uma necrose superficial da pele da articulação da segunda falange do dedo indicador por provável pressão na curvatura provocada na tala de zimmer.
Depois de desinfectada e protegida com penso, vamos moldar uma nova tala de zimmer de 1/2 polegada no dedo da mão contralateral. Depois readaptá-la á mão lesada e após fixar com adesivo e com uma ligadura de 5cc fazer o encerramento final.
Esta imobilização, salvo indicação contrária é para três semanas.

02/07/07

Gesso de Contacto

Ultimamente, tem-me sido enviado pela Podologia da Consulta de Endocrinologia, alguns doentes diabéticos e com feridas plantares do pé pela pressão.
O que se pretende com este gesso de contacto, é uma bota gessada a que eu chamarei de não contacto, porque o que se pretende é que o apoio seja na base do pé, excluindo a zona da ferida, onde se faz uma janela para o penso.
Na literatura encontramos apenas gesso para pé diabético.
Construímos não mais que uma bota gessada desde a região poplítea e tuberosidade anterior da tíbia permitindo a completa flexão do joelho até a raiz dos dedos do pé pela face plantar e raiz dos dedos na face anterior.
Começando por colocar uma compressa dobrada na região da ferida plantar, onde vai ser aberta e retirada a janela para o penso com vaselina salicilada a 2%.
Após colocar a malha de jersey de 8cc desde os dedos do pé ao joelho, de forma a permitir o debruado (voltar a malha sobre o gesso), coloca-se de seguida duas ligaduras de algodão de 15cc, deve ser-se muito generoso na colocação do algodão com especial cuidado na crista da tíbia, maléolos, calcanhar, não podemos correr riscos num diabético e provocar feridas, mas sim pela distribuição do peso no pé, não fazendo carga na zona de ferida plantar, esta cicatrize e se resolva a ferida perfurante, muitas vezes no domicílio só com vaselina salicilada a 2% ou penso com betadine diário.



A aplicação de duas ligaduras sintéticas de 10 pode iniciar-se da raiz dos dedos do pé e em circulares passando a última circular por cima de dois terços da anterior, com uma tala plantar, faz-se o debruado da malha de jersey e acaba-se o gesso.
Após o gesso secar, 4 a 5 minutos abre-se a janela na região previamente demarcada e onde deixamos a compressa, e vamos colocar dois tacões de marcha acima e abaixo da janela de forma a não permitir o apoio da ferida plantar com o chão. Encerra-se o penso conforme prescrito e aconselha-se a vigilância apertada que ao mínimo sinal, deve vir ter connosco ao serviço e a esta sala de gessos para resolver ou substituir o gesso.

15/06/07

Tala gessada


Aqui não há nada para tirar o gesso
Tala gessada posterior (antebraquial)

Chamado a atender o barulhento telefone, que só tem razão de ser para se fazer ouvir quando a serra de gessos se encontra em funcionamento, do lado de lá identificou-se uma médica do centro de saúde de celas e que me pedia o favor de retirar um gesso a uma sua doente, que lhe fora enviada pela Urgência de Ortopedia dos H.U.C. com diagnóstico de entorse benigno do punho e tratada com uma tala gessada posterior a ser retirada ás três semanas.
Uma tala gessada posterior ou mesmo anterior, pretendendo ser antálgica pelo repouso, permitir o edema é sempre uma fraca imobilização, podendo ser retirada no domicílio, bastando para isso cortar com uma tesoura as ligaduras de pano ou mesmo desenrolá-las.
Porque para a sua execução basta aplicar a malha de gersey de 5cc, ou não, conforme se preveja maior ou menor edema, de seguida envolve-se uma ligadura de algodão prensado de 10cc, preparamos com uma ligadura de 10cc, 6 a 8 camadas dispostas em leque, desde a raiz dos dedos à flexura do cotovelo sem incomodar o amplo movimento da mão à boca.
Mergulhando as camadas de gesso na vertical em água morna a 20º, colocam-se sobre o antebraço em a região mais larga para o lado do cotovelo, e com uma ligadura sob a região palmar, criando uma extensão do punho a 5º, vamos depois hidratar uma ligadura de pano para não absorver a água das camadas de gesso e adaptamo-la ao antebraço, e para encerrar colocamos o “adesivo do pestana”.

O Adesivo do Pestana
Referenciado em livros de gessos surgiu de um colega nosso o Senhor Enfermeiro Pestana que nos tempos do Antigo Hospital Velho dos H.U.C., na sala de gessos, aproveitava os restos das ligaduras de gesso que colocava por cima da ligadura de pano das talas gessadas e no seu final, depois de secar é um excelente “adesivo”, ainda hoje por nós utilizado
.

30/05/07

Ligadura Gerdy/Velpeau , cruzado posterior

De:
Apontamentos das lições sobre ligaduras segundo o programa das Escolas de Enfermagem
Por José Pinto Teles - monitor chefe da Escola de Enfermagem do Doutor Ângelo da Fonseca - 2º edição actualizada


No ensino, a prelecção, a demonstração e a técnica são elementos fundamentais; mas por si sós, não bastam à educação perfeita dos alunos. É indispensável a leitura.
Doutor Ângelo da Fonseca

Ligadura de Gerdy


Material - Duas ligaduras de 10mx15cm



Técnica

(para o membro superior direito)

- Membro em ângulo recto, encostado ao peito.
1º Tempo: inicia-se por tês circulares sobrepostas passadas em torno do tórax e por cima do braço direito para fixar de encontro ao peito. Depois destas concluídas dá-se inicio ao:
2º Tempo: três diagonais de suspensão do antebraço que se executam pela técnica seguinte: conduz-se o rolo por debaixo do cotovelo até atingir o punho do ante braço doente; a partir daqui sobe em diagonal ao ombro do lado oposto, desce obliquamente pelo dorso até atingir o meio do ante braço; fazer a segunda volta de suspensão, num percurso igual à primeira; a terceira passa pelo cotovelo e segue a mesma trajectória das duas primeiras.
Concluídos estes dois tempos, dá-se início ao
3º Tempo: três oitos de suspensão e fixação do braço que seguem o percurso seguinte: a ligadura que está no dorso, caminha para a frente e faz nela meia circular na parte média da face anterior do tórax, a cobrir o braço direito. Em chegando à face lateral do hemitórax oposto sobe em oblíquo ao ombro direito, desce pela face anterior do braço até ao cotovelo, que contorna, e sobe ao ombro onde cruza com a passada descendente. Do ombro segue em diagonal para o hemitorax do lado esquerdo onde vai encontrar o início deste oito toraco-braqueal.
Repete-se este percurso dando-se mais duas voltas em oito que fazem espiga do ombro, de fora para dentro.
Conclui-se com o
4º tempo: três ou quatro circulares horizontais e oblíquas que devem, ao longo do braço, cobrir o algodão.

Técnica


(para o membro superior esquerdo)
- técnica idêntica à anteriormente descrita. Há apenas que alternar a posição do rolo da ligadura.
Enquanto no braço direito o rolo caminha da esquerda para a direita, isto é, a ponta inicial na mão esquerda e rolo na direita, para o membro esquerdo o rolo caminha da direita para a esquerda - ponta inicial na mão direita e rolo na mão esquerda.
Concluído o Gerdy, é indispensável suspender a mão doente com um lenço pequeno, que se fixa à ligadura.




Ligadura de Velpeau
Ligadura utilizada na imobilização das fracturas da clavícula.


Material- Duas ligaduras de 10m x 0,15m

Posição do membromembro superior flectido em ângulo agudo, encostado ao peito e com os dedos da mão (do lado doente) apoiados à clavícula do lado contrário.

Técnica (do braço direito)


- Inicia-se por três circulares horizontais ao nível do cotovelo, a fixar o membro doente de encontro ao tórax.
Concluídas estas circulares e a partir da face lateral do hemi-torax esquerdo, o rolo sobe no dorso em diagonal até ao bordo externo do ombro, desce ao longo da face anterior, contorna o cotovelo, sobe pela face posterior do braço até ao ombro, onde cruza a passada precedente, para em seguida descer em diagonal no peito até a o inicio do oito.
A partir daqui faz-se uma circular horizontal e uma vez esta concluída dá-se início a outro oito no percurso do primeiro; no ombro cruza e faz espiga de fora para dentro, isto é, do bordo do ombro para o pescoço.
Cada um destes oitos é seguido de uma circular horizontal.
Feitos pelo menos três oitos e três circulares horizontais, termina-se a ligadura com duas circulares a sobrepor as iniciais.

Técnica (para o braço esquerdo)


Inicia-se com circulares, como na anterior.
A primeira diagonal é ascendente no peito e o rolo da ligadura depois de passar no ombro, desce pela face posterior e sobe pela anterior do braço para em seguida fazer uma diagonal descendente no dorso.
Conclui-se como no lado direito.

Os italianos utilizam, para a execução desta ligadura, a técnica seguinte:
Posição:


membro na mesma posição da anterior.
Inicia-se por três circulares horizontais ao nível do cotovelo, fixando o membro ao tórax. Concluídas estas, o rolo da ligadura sobe no dorso até ao ombro, a rasar o pescoço, desce até ao cotovelo que contorna, para seguir pela face lateral do hemi-torax e dar início a uma circular horizontal mais alta do que as primeiras iniciais. Repete-se este percurso, fazendo circulares verticais que passam pelo ombro e pelo cotovelo afastando-se para o bordo do ombro. Por cada uma destas circulares verticais, faz-se uma circular horizontal, que vão subindo, até que as terminais circundem o tronco ao nível do bordo do ombro, mão doente e axila do lado são





De: Manual de Fraturas
J.Crawford Adams 6º edição 1976


Enfaixamento em oito (cruzado posterior)

A maioria das fraturas é causada por queda sobre a mão estendida. A localização mais comum é na transição entre os terços médio e lateral. A fratura próxima do terço médio ocorre com menos frequência. Havendo desvio, como é, habitual, o fragmento lateral coloca-se inferior e medialmente.

Tratamento:


Corrige-se o desvio, o máximo possível pelo simples método de manter os ombros traccionados para trás, por meio de um enfaixamento em oito.
Raramente é possível conseguir uma redução perfeita dos fragmentos, todavia desvios moderados não impedem a consolidação e podem ser aceites. Inicialmente o braço é colocado em repouso pela imobilização, mas tão logo a dor comece a ceder são iniciados exercícios activos para o ombro, geralmente ao redor de uma semana após traumatismo.
O enfaixamento em oito, utilizado para manter os ombros voltados para trás, no caso de fractura da clavícula, é retirado após duas semanas.
As fracturas da clavícula consolidam rapidamente e a única incapacidade residual comum é uma irregularidade óssea palpável ou visível no local da fractura

29/05/07

2º encontro de enfermeiros de sala de gessos





O 2º Encontro de Enfermeiros de Sala de Gessos, teve no Rio Douro, no dia 25 de maio de 2007, a bordo de uma embarcação um momento alto, com setenta enfermeiros participantes com interesse na sala de gessos.
Com uma organização dos enfermeiros Luís Botelho, Rui Rosas, Nelson Pires e Emanuel Laranjeira, a organização deixou-nos um tempinho para trabalhar as ideias, mas sobretudo as técnicas, e podermos observar com algumas das referência nacionais e da enfermagem, particularmente na sala de gessos o que os palestrantes nos brindaram com experiências em sala de gessos contadas pelo decano da sala de gessos Sr. Enf. Júlio Marinho; onde o Sr. Enfermeiro Chefe Deolindo Pinheiro nos deu a conhecer a sua experiência na integração dos novos profissionais em sala de gessos bem como o perfil do enfermeiro numa sala de gessos que nos foi abordado pelo Sr. Enfermeiro Manuel Melo. Em sessão de demonstração foi o Sr. Enfermeiro Emídio Cunha um exímio executante e conhecedor, brindando os presentes com moldes executados em Plastrona e Rhena Cast.
Depois do almoço a bordo, foram apresentadas as firmas patrocinadoras com apoio de data show, tendo a empresa Smith através do seu colaborador apresentado a experiência no Hospital do Outão.
Coube aos delegados da Hartmann, Elisabete e Alberto apresentar magnificamente a todos os presentes e de uma forma brilhante a sua empresa, as suas valências, distribuindo oportunas lembranças, deixando no sorteio de um exemplar do livro - Manual de Imobilizações Gessadas do Enf. Emídio Cunha, uma bela ideia a repetir, que agradou aos presentes.
Passando ás sessões práticas foram dadas às empresas Hartmann e Smith a oportunidade de apresentar, os seus produtos em sessão de trabalho com os seus colaboradores, no andar superior da embarcação com vista soberba sobre o Rio Douro, foram executadas e demonstradas imobilizações com produtos, já conhecidos alguns, mas muitas vezes não disponíveis nas nossas unidades hospitalares.
Chegados à Régua e com direito a “foto de família” partimos em autocarro até Gaia com a certeza de um próximo evento em Setúbal em data a confirmar.
Vai ser publicado oportunamente no site sevenprof.com, as fotos do evento.
Com os melhores cumprimentos

18/05/07

Antebraquipalmar em sintético (punho em Delta Cast)

Punho Gessado (em “Delta Cast”)

Material necessário
-uma ligadura de algodão prensado ( natural ou sintético )
-uma ligaduras de resina de 7,5
-um par de luvas de borracha
-um “chinese finger traps”
-uma ligadura de pano de 20cc,
ou malha de jersey
(suspensão ao pescoço)
-balde de água a 20º C
-serra de gessos, tesoura de lister e afastador


Tal como a primeira aspirina a aparecer foi a da Bayer, também a primeira resina a aparecer foi a do laboratório Delta e por isso se diga em DeltaCast quando se quer em Cast, resina sintética com poliuretano ou simplesmente poliuretano.
Tal como no punho em gesso, (na foto ao lado) também conhecido por Pasta de Paris (P.O.P.) que preferimos assim chamar pêópê, porque vejamos em Espanha dizem PP (pêdôs) mas em Inglaterra dizem PP (pitwo) sinceramente é melhor dizer POP.
Com a aplicação de uma ligadura de 7,5 de resina com poliuretano, que se encontra hermeticamente protegida em papel prata e uma vez em contacto com ar temos de ser rápidos na aplicação, dois a três minutos para endurecer, que acelera a sua secagem ao hidratarmos em água morna a mais ou menos 20º, necessário para uma melhor modelagem, desde a raiz dos dedos à flexura, não esquecendo de conformar durante a secagem com a região tenar o espaço interósseo na face externa do braço de forma a criar uma depressão interóssea rádiocubital e evitar alguma prono-supinação, movimento proibido na fase aguda por levar à desmontagem da redução efectuada da fractura .

15/05/07

cruzeiro porto-régua-porto- encontro "o enfermeiro na sala de gessos"

cruzeiro porto-régua -- encontro de enfermeiros de sala de gessos

Os enfermeiros Luis Botelho, Rui Rosas, Nelson Pires e Emanuel Laranjeira, organizam no dia de 25 de Maio de 2007, o encontro em cruzeiro porto-régua-porto" o enfermeiro na sala de gessos" constando do excelente programa:
08:30 embarque no cais de Vila Nova de Gaia
partida - destino Régua
pequeno almoço a bordo
09:30 11:00
experiências na sala de gessos
integração de novos profissionais
perfil do enfermeiro
sessão prática
imobilizações gessadas
11:00 chegada à barragem
crestuma-lever (desnível 14m)
12:00 almoço a bordo
14:00 chegada à barragem
carrapatelo (desnível 36m)
14:30 16:00
inovações na sala de gessos
16:30 chegada ao cais Régua
17:00 partida - destino Gaia
19:00 chegada prevista a Gaia
palestrantes Deolindo Pinheiro, Emídio Cunha, Manuel Melo e Júlio Marinho
secretariado sevenprof,
patrocinadores
HARTMANN e Smith&Nephew

05/03/07

Braquipalmar

Passagem do braquipalmar da fase aguda(na foto) ao punho gessado




Punho gessado (antebraquipalmar)
Material necessário
-uma ligadura de algodão prensado ( natural ou sintético )
-duas ligaduras de gesso de 10cc
-uma ligadura de pano de 20cc, ou malha de jersey (suspensão ao pescoço)
-balde de água a 20º C
-serra de gessos, tesoura de lister e afastador





Já na sala de gessos e após ter passado a fase aguda, podemos e devemos utilizar a malha tubular de jersey, que não tem indicação na urgência porque pode favorecer o “garrote” pelo edema acentuado, mas como material de protecção da pele e sendo de algodão é extensível e não elástico, adapta-se perfeitamente aos contornos anatómicos, dando conforto e bom acabamento final.
Com o doente sentado ou mesmo deitado, caso suspeitemos de uma provável lipotímia que em nada irá facilitar o nosso desempenho, inicia-se após colocar uma malha tubular de jersey de 3,5 cc, com um pequeno orifício para o polegar, coloca-se neste uma tira de adesivo onde iremos colocar o “chinese finger traps” em tracção e uma contratracção suave e progressiva de 2 a 5 kg,durante 10 minutos efectuamos um punho gessado ou em material sintético.
Após colocar uma ligadura de algodão prensado de 10cc, um só profissional com duas ligadura gessadas de 10cc (sulfato de cálcio) no estado sólido, que após retirar o invólucro exterior de papel ou outro material protector do ar e da humidade, e desenrolando uma pequena parte que se segura com uma das mãos e o restante rolo na outra mão sem perder o tutor que se encontra no seu interior se emerge em água morna a 20º durante 3 segundos, deixando escorrer a água em demasia, incia-se a sua colocação no antebraço desde a raiz dos dedos à flexura do cotovelo não esquecendo de conformar durante o intervalo de tempo de secagem, conhecido por tempo de presa, que dura sensivelmente 3 a 4 minutos, onde o gesso passa do estado semilíquido ao estado pastoso sólido e por isso é moldável com a região tenar o espaço interósseo na face externa do braço de forma a criar uma depressão interóssea rádio-cubital e evitar alguma prono-supinação.

28/02/07

Tinha a mão torta no gesso

Tinha a mão torta no gesso
Braquipalmar (braqui-antebraquipalmar)
Material necessário
-duas ligaduras de algodão prensado ( natural ou sintético )
-duas ligaduras de gesso de 15cc
-uma ligadura de pano de 20cc, ou malha de jersey (suspensão ao pescoço)
-balde de água a 20º C
-serra de gessos, tesoura de lister e afastador


Veio de tábua, a mais de 40 km, utilizando um táxi, porque a senhora Doutora do Centro de Saúde a mandara vir corrigir o gesso que estava mal feito e tinha ficado com a mão torta.
Pois foi, era verdade, esta senhora trazia um gesso braquipalmar (desde o braço à raiz dos dedos) por fractura de colles (distal do rádio) efectuado na semana anterior na urgência onde foi efectuada com sucesso uma redução incruenta da fractura, que normalmente e após a colocação de duas ligaduras de algodão prensado de 10cc desde a raiz dos dedos ao terço superior do braço, distribuídas uniformemente ao longo do membro superior e fazendo passar cada circular por cima de dois terços da circular anterior.
Seguidamente um profissional tracciona pelo braço com o cotovelo flectido a 90º e outro profissional em contracção segura pelos quatro dedos, excluindo o polegar, com manobras digitais suaves de auxílio ao desencravamento e provocando a redução do fragmento desviado com a flexão palmar e desvio cubital da mão a 40º enquanto um terceiro elemento aplica duas ligaduras de gesso de 15 cm, em primeiro no antebraço e depois o braço. Seguidamente é efectuada a conformação na face externa do antebraço, no espaço interósseo rádio-cubital e a nível do braço sobre os côndilos umerais
Ou no “chinese finger traps” em tracção e uma contratracção suave e progressiva de 2 a 5 kg,durante 10 minutos efectuamos um punho gessado
Prevendo um acentuado edema, pode ser aberto o gesso longitudinalmente na face anterior e colocado o membro superior em suspensão com ligadura, lenço ou suspensão comercial ao pescoço.
Aconselha-se o repouso com a mobilidade permanente dos dedos da mão.
Este gesso deve ser fechado após quatro dias, onde o edema já estacionou e aos 15 dias libertado o cotovelo após controlo radiográfico ou mesmo substituído por punho gessado ou em “delta cast” para mais quatro semanas, e aqui sim podemos corrigir a mão em posição neutra, sem desvio cubital e flexão palmar porque o calo fibroso está em evolução, não havendo já o perigo de desmontar a redução inicial.

Como se faz uma imobilização gessada

Senti a necessidade de escrever as estórias passadas e contadas nesta sala de gessos, e de como me ajudam a transmitir conhecimentos aos alunos em formação.
As técnicas de gessos estão por demais apresentadas em sebentas e livros técnicos que podem ser consultados, e que refiro alguns em bibliografia.
O grande estímulo para elaborar e contar estórias foi dizer a quem quer saber, como se faz um gesso, uma imobilização gessada, e não porque se faz. Os tratados de ortopedia dão-nos todas as indicações de como imobilizar uma fractura, uma entorse, uma lesão ligamentar ou muscular,seja qual for o segmento ou região corporal que atinja.
Em cada momento irei falar de materiais mais usados nas imobilizações, os tipos de imobilização efectuadas, quais os materiais de protecção usados e em que condições, materiais de almofadamento, os posicionamentos adequados para determinadas imobilizações, ajudas técnicas para confecção de "gessos" tais como a mesa de tracção, a gaiola com cabresto, entre outros.
Falaremos de diferenças entre gessos tradicionais e funcionais, e como efectuá-los.
Quando e como usar a malha tubular de jersey na urgência e na sala de gessos.
Acessórios como o tacão, a sola e o rasto de marcha, o estribo para descarga do calcâneo.
As indicações com janelas em "gessos", para pensos e aplicação de crioterapia. A tala de zimmer, a suspensão com ligadura para o membro superior, o velpeau/gerdy.

27/02/07

enfermeiro fernando venda
sala de gessos da
consulta de ortopedia dos
hospitais da universidade de coimbra
fvenda@hotmail.com


sendo a imobilização um processo de tratamento ou coadjuvante de certas fracturas, luxações ou entorses, não deveremos esquecer que também este acto poderá: - prevenir ou corrigir posições viciosas - diminuir ou controlar a dor - facilitar a hemostase - evitar os efeitos das contracturas musculares - favorecer o processo de cura de certas zonas feridas ou doentes.

elementos essenciais na execução da imobilização – apesar do aparecimento de resinas sintéticas em forma de ligaduras, são ainda, as ligaduras gessadas que, apesar do aparecimento de materiais sintéticos de características inovadoras, não só pelo seu preço mas, essencialmente, pelo tipo de manobras que permitem executar, mais se utilizam e por isso se tornam imprescindíveis na execução da imobilização de certas fracturas em fase aguda de traumatismo.